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  • Dr. Emerson Quintino

Síndrome Nefrótica

A perda de proteínas na urina em grande quantidade (proteinúria > 3,5 gramas/24horas) associada a edema (“inchaço”) e redução dos níveis de proteína no sangue é chamado de síndrome nefrótica. Outro achado comum, mas não obrigatório, é o aumento dos níveis sanguíneos de colesterol e triglicérides.


Por que isto acontece?


As proteínas são substâncias grandes que são filtradas em pequenas quantidades pelos rins. O local onde ocorre a filtração nos rins é chamado de glomérulo. A barreira para a filtração é composta por diversas estruturas renais: célula endotelial glomerular, membrana basal, podócito e pela célula mesangial (Figura 1).


A passagem de proteínas ocorre através de alterações nesta barreira de filtração. Devido à complexidade desta barreira, um indivíduo sem doença renal perde no máximo 150-300 mg de proteínas em 24h.

A albumina (principal proteína sanguínea) ajuda a manter os líquidos dentro dos vasos. Com a redução dos níveis de albumina no sangue, os líquidos saem dos vasos e ocorre a formação do edema (“inchaço”).


Na tentativa de suprir a perda de proteínas na urina, o fígado aumenta a produção de colesterol.  Além da albumina, outras proteínas são perdidas na urina de pacientes com síndrome nefrótica, como: imunoglobulinas (anticorpos), fatores decoagulação, proteína carreadora de vitamina D e hormônios da tireóide.  A perda dessas proteínas aumenta a chance de complicações como infecções, tromboses e alterações hormonais.


A síndrome nefrótica pode ser primária, sem causa aparente (idiopática) ou associadas a defeitos genéticos nas proteínas da barreira de filtração no rim.


Nas formas secundárias, a síndrome nefrótica é uma manifestação de uma doença sistêmica como diabetes, lúpus, artrite reumatoide, obesidade, infecções virais (vírus da hepatite B, C,HIV), medicações e até tumores sólidos ou do sistema sanguíneo (linfoma e leucemia).


Na avaliação inicial do paciente com síndrome nefrótica, o nefrologista realizará a investigação clínica e laboratorial na busca da causa para o problema. Em muitos casos será necessária a realização de biópsia renal para esclarecimento da forma de acometimento renal.


O tratamento depende da causa básica da síndrome nefrótica.  As medidas gerais de tratamento incluem controle da pressão arterial, peso, dieta com quantidade mínima de sal, cuidados com os níveis de glicose e colesterol, uso de diuréticos e medicações para redução da perda de proteínas (medicações da família do enalapril ou losartan).


A depender da forma de acometimento renal obtido na biópsia renal pode ser necessário o uso de corticoide ou outras drogas imunossupressoras.



Figura 1. Representação dos componentes do glomérulo.




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